segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Cuscuz com gema de ovo [desde os 9 meses]


Vou aproveitar este post para vos falar de duas coisas. A primeira, o meu trauma com a introdução da gema; a segunda, a moda do cuscuz cá em casa, que veio para ficar!

A gema do ovo, a gema do ovo... Quando tive de introduzir a gema do ovo na alimentação da L. nunca imaginei o drama pelo qual iria passar. Pois é, a L. não tolerou bem a gema do ovo. Comecei com uma introdução gradual, tal como a pediatra indicou, por volta dos 9 meses: primeiro 1/4 de gema, depois 1/2 gema e por fim 1 gema inteira, cada teste intervalado de uma semana. 1/4 de gema correu bem, mas quando chegámos à 1/2 gema, a L. não tolerava. Experimentei 3 vezes, e o resultado era sempre o mesmo: vómito 3h depois de a comer. Em conversa com a pediatra resolvemos adiar nova experiência para depois dos 11 meses, e aí já correu melhor. Verdade é, que a L. nunca gostou muito de ovos (coisa que eu adooooro). Às vezes é assim, o organismo dos bebés não está preparado para certos alimentos ainda, o que não indica que sejam alérgicos ou intolerantes. Simplesmente temos que esperar que o sistema digestivo ganhe um pouco mais de maturidade, e voltar a tentar. Com esta aventura da L. e do ovo, cheguei à conclusão que não se deve ter pressas na introdução de alimentos na dieta do bebé, eles lá terão tempo de comer de tudo.*

E depois nasceu a T., e a introdução da alimentação complementar da T., e eventualmente a gema, outra vez... outra vez a gema, o drama, o horror, a tragédia. Acho que as pessoas mais próximas já não me podiam ouvir (ou ler) mais a falar da porcaria da gema, e que preferia que as galinhas não existissem, sequer! Ou pelo menos que não pusessem ovos, e dessem à luz pintainhos como os mamíferos. Chega de idiotices, até porque - não sei se já disse hoje - adoooooooro ovos. Bolas. Fui adiando, o máximo que pude, até que caí em mim e disse "tem de comer gema". Estava quase a fazer os 10 meses, quando preparei o primeiro 1/4 de gema. Correu bem. Passei para a 1/2 gema, também correu bem. "Estou safa", pensei. Chegando à gema inteira, e até tive um dejá vu, 3h depois, o vómito. Bolas, são mesmo irmãs. Por recomendação da pediatra, disse para insistir na meia gema, para "habituar" o organismo, meio contrariada, continuei, e até agora, sem efeitos adversos. 

E agora coisas boas: o cuscuz! Que grande descoberta que fiz aqui para casa. Toda a gente gosta! E é tão, mas tão fácil de preparar, e tão mas tão rápido. É daquelas coisas que gosto de colocar na categoria "Enquanto Dou Banho às Miúdas", porque é só por 2 medidas de água, para 1 de cuscuz, temperar de sal, levantar fervura, desligar, tapar, e ir à sua vidinha. Verdade! Sai sempre, sempre bem, como o amigo Jamie Oliver diz. 

O cuscuz é uma ótima alternativa ao arroz e à massa. É feito a partir da sêmola de trigo (por isso, contém glúten), e aqueles que são feitos a partir de trigo integral são mais ricos em fibra (eu uso desses). Mas não confundir com as massinhas de canja com o mesmo nome. 

Resolvi um dia destes dar cuscuz à T. Mas queria manter o sabor do cuscuz o mais natural possível, que com carne ou peixe no caldo acaba sempre por dar muito sabor ao hidrato. Então estava decidido que seria num caldo de legumes simples, e com parte da gema de ovo cozido a acompanhar. 

Correu super bem, a T. adorou! (começo a achar que sou repetitiva nos gostos gastronómicos da T.) Ah, e tolerou a gema, que é mais importante. Por isso, não podia passar sem vos deixar a receitinha deste maravilhoso cuscuz, que estou deserta para fazer em versão "gente crescida".

Cuscuz com gema de ovo [a partir dos 9 meses]
(para 1 dose)

3-4 cubos de abóbora
1 dente de alho
2-3 raminhos de brócolos
1-2 colheres de cuscuz
1 ovo
1 colher de chá de azeite extra-virgem

Começar por cozer a abóbora, o alho e os brócolos, com água a 2 ou 3 dedos acima do nível dos legumes. Deixar cozer tapado entre 15-20 minutos. Enquanto isso, colocar o ovo a cozer. Quando os legumes estiverem cozidos, colocar o cuscuz, deixar ferver, desligar e tapar. Deixar repousar pelo menos 10 minutos. Preparar o ovo, separando a gema da clara, caso o bebé ainda só coma a gema, ou dar o ovo inteiro se já o poder comer. Neste passo, siga a instrução dada pelo profissional de saúde assistente. Esmagar a gema (ou ovo inteiro) e reservar. 

Quando o cuscuz estiver pronto, coloque o azeite e envolva, coloque no prato e polvilhe com a gema de ovo. 



É uma boa alternativa para preparar, quando se sai de casa com o bebé. Basta levantar fervura ao caldo, colocar o cuscuz, e guardar num termo. O cuscuz cozerá pelo caminho. 



*excepto cereais com glúten, que em bebés de historial familiar sem doença celíaca deve ocorrer a introdução sempre depois dos 6 meses e antes dos 7 meses. Informação disponível na Acta Pediátrica Portuguesa, da Sociedade Portuguesa de Pediatria, Setembro/Outubro de 2012.

3 comentários:

  1. Obrigada pela partilha das suas receitas. Tenho um menino com 10 meses e gostava de experimentar esta receita mas não sei como adquirir o cuscuz pois só conheço a massinha com o mesmo nome.

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    1. Olá! Há já uma oferta generalizada de cuscuz nos supermercados, é uma questão de procurar ou perguntar. Sei que a Milaneza lançou recentemente um cuscuz, sem ser as massinhas de canja. Na minha opinião, que já experimentei, prefiro os de produção biológica. Encontra facilmente nas zonas de comida dietética nos grandes supermercados.

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  2. Olá Leonor, acho que está a acontecer o mesmo com a gema tambem à minha L. comecei com 1/4 gema, tudo bem, depois 1/2 também tudo bem, quando introduzi a gema inteira, passado tambem umas 3h vomitava e tinha diarreia (já aconteceu 2 vezes, com espaço de 2 semanas), a Pediatra diz ser gastroenterite, eu acho que não, pois no dia a seguir anda bem e em ambos os dias que ficou doente tinha comido a gema inteira, disse isto à Pediatra mas desvalorizou. Vou fazer novo "teste" para o próximo fim de semana mas só com meia gema para ver o que acontece. É mesmo um drama vê lá sofrer...

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